São Paulo tem deficiências crônicas na área da Educação. Entre elas, o
analfabetismo e o fato de 20% dos alunos do ensino público virem de
áreas consideradas de alta vulnerabilidade social e não haver políticas
voltadas para este segmento, alerta a presidente do Centro de Estudos e
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), Maria Alice
Setubal. Para ela, São Paulo está "um século atrasada" em comparação com
outras grandes metrópoles.
Para a especialista, uma maneira de resolver esse problema e
aproximar o mundo dos jovens e a escola, é investir em novas
tecnologias. "Com as novas tecnologias você pode trazer o ensino ao
ambiente delas", prega. "Hoje, a escola não tem sentido. (Ela deve)
formar cidadãos que possam contribuir para questões atuais, como
sustentabilidade e conviver com diferenças. É importante pensar valores
dentro da escola. Diálogo, não violência, convivência. Pontos para
pensar o que é uma educação contemporânea que faça sentido", diz.
Dentre as tecnologias que estão no mercado brasileiro, uma vem
despertando a atenção dos educadores e gestores públicos e privados
pelos resultados alcançados na transformação de conhecimento em
soluções. Criada em Israel há 17 anos, a metodologia Mind Lab, batizada
no Brasil de MenteInovadora, já foi adotada por milhares de escolas em
mais de 30 países. Mais de 10 mil professores foram treinados e
certificados, e mais de 2 mil estudantes utilizam essa metodologia para
melhorar suas habilidades de raciocínio.
No Brasil, o Programa Menteinovadora vem sendo implantado desde 2006
em escolas públicas municipais e estaduais, bem como em escolas da rede
particular de ensino. Estudos realizados pelo Instituto de Avaliação e
Desenvolvimento Educacional (INADE) no Brasil apuraram o impacto da
utilização, durante três meses letivos, dessa metodologia, nos níveis de
aprendizagem de matemática e língua portuguesa para além do esperado
para o período, considerando a escala SAEB.
"Hoje, entrando no século XXI, a sociedade mudou e as necessidades
são outras. É imprescindível transformar a prática da sala de aula para
dar conta destas novas demandas e contemplar estes novos saberes sobre o
aprender e o ensinar.", destaca Sandra Garcia, Diretora Pedagógica da
Mind Lab.
Integral
Além da aposta em novas tecnologias, a presidente do Centro de
Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária defende
também que a prefeitura adote ações específicas para territórios de alta
vulnerabilidade social, onde estão cerca de 20% das crianças na
capital. "Tem que haver um grande esforço de capacitação dos professores
locais, materiais específicos, ampliar o universo cultural das crianças
e dos professores", defende Maria Alice como resposta a essa situação.
Estadão
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