quarta-feira, 14 de março de 2012

14 de março: Dia Nacional da Poesia

A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.
As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.

A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.
Castro Alves era um jovem bonito, esbelto, de pele clara, com uma voz marcante e forte. Sua beleza o fez conquistar a admiração dos homens, mas principalmente as paixões das mulheres, que puderam ser registradas em seus versos, considerados mais tarde como os poemas líricos mais lindos do Brasil.


A poesia na sala de aula
A poesia tem sido cada vez mais esquecida nas práticas de sala de aula. Dos tipos de poemas: lírico, drama e épico, o primeiro tende a ser o mais comum nas vanguardas poéticas brasileiras. O gênero lírico é complexo, cheio de subjetividade, passível de diversas interpretações e, provavelmente é por este motivo que a poesia tem sido deixada de fora da sala de aula. No entanto, o motivo pelo qual se descarta o poema como ferramenta pedagógica é o mesmo pelo qual deveria fazer parte do cronograma de ensino do professor, uma vez que a poesia exercita a reflexão e a memorização.

A poesia na Antiguidade era usada como entretenimento, ritual, filosofia; os poetas eram ditos como pessoas sábias. Há, portanto, necessidade urgente de se resgatar o prazer encontrado em se trabalhar a poesia e quebrar o tabu escolar de que é difícil trabalhar com poemas.


O professor pode começar recitando um poema curto ou apenas alguns versos e fazer perguntas aos alunos a respeito do texto, como por exemplo: quem é o autor? O que ele estava pensando quando escreveu? Qual o assunto do texto?


As perguntas irão despertar nos alunos reflexões e divergências quanto às interpretações, o que é ótimo, já que o professor poderá enfatizar o valor maior da poesia, o qual é o das possibilidades de comunicação que cada uma pode trazer.


O objetivo de se trabalhar a poesia em sala é o de estimular a oralidade, a criatividade e a reflexão a respeito de fatos da vida de cada aluno. Além disso, o educador pode trabalhar a escrita de poesias, contudo deixar os alunos livres de temas, para que seus anseios interiores sejam retratados enquanto escreve.


Logo, em uma só aula o estudante vai ter estimulado diversos pontos de aprendizagem: leitura, interpretação, criação, reflexão.


Importante: Para as turmas iniciais a professora pode começar com pequenos poemas, como a parlenda ou mesmo o trava-línguas, além de músicas com letras em rima, como a cantiga de roda.

 Equipe Brasil Escola


Dicas para trabalhar a poesia na sala de aula

Você sempre quis fazer suas próprias poesias, mas não sabia nem por onde começar? Seus problemas acabaram! Acompanhe nossas dicas para fazer desabrochar seu talento poético.

1. Sobre o que você quer falar?
Um bom assunto é aquele que está mexendo com você ultimamente. Pode ser qualquer coisa, qualquer sentimento. Poesia é uma forma de comunicação. Pode ser romântica, engraçada, de suspense... Você manda!


2. Soltando as palavras
Pegue um papel e vá anotando várias palavras que tenham a ver com o assunto. Tente achar rimas para elas. Não precisa pensar muito. Brinque de rabiscar palavras. Quanto mais, melhor. Depois você escolhe as preferidas.



3. A primeira frase
Você não precisa acertar logo de cara. É justamente a vontade de acertar de primeira que “emperra” o pensamento. Você é livre para escrever e apagar o que quiser, mudar tudo de lugar... Solte o verbo! Não tenha medo...


4. Como rimar?
Existem vários jeitos de combinar rimas. Podemos, por exemplo, numa poesia de quatro linhas (A, B, C, D), rimar:
A com B e C com D (primeira com segunda e terceira com quarta),
ou A com C e B com D (primeira com terceira e segunda com quarta), ou Apenas B com D (segunda com quarta linha).


Veja este exemplo:
EU QUERO UM MUNDO MELHOR,
UM MUNDO MAIS “SIM” DO QUE “NÃO”.
SERÁ QUE É TÃO COMPLICADO

VER O OUTRO COMO IRMÃO?
(Evelyn Heine)

O truque para deixar mais legal uma poesia é procurar palavras de tipos diferentes para rimar. “Irmão” é um SUBSTANTIVO e “não” é um ADVÉRBIO. (Viu como é bom saber Português?)
Não precisa ser na poesia inteira, mas, se conseguir, ótimo.

Veja como ficaria mais pobre deste outro jeito:

EU QUERO UM MUNDO MELHOR,
UM MUNDO COM MAIS UNIÃO.
SERÁ QUE É TÃO COMPLICADO
VER O OUTRO COMO IRMÃO?
(Evelyn Heine)

Reparou? "União" (SUBSTANTIVO) com "Irmão" (SUBSTANTIVO) não dá o mesmo efeito, não é?
Além disso, inventar novos papéis para as palavras enriquece sua poesia. Um “mundo sim” serve de exemplo porque transformamos o “sim” (ADVÉRBIO) em adjetivo.

OUTRA!
Vamos tentar, agora, uma poesia mais curtinha, só de três linhas, rimando A com C (primeira com terceira).

MEU CORAÇÃO ARDE... AI, AI!
TUDO CHOVE SÓ PORQUE
ELE ME DISSE UM BYE!
(Evelyn Heine)

Primeiro tive a idéia de rimar “AI” (onomatopéia de dor) com a palavra em inglês “BYE” (que se pronuncia “bai”). Não é legal?
Então... fui imaginando o que combinaria com “AI”.
Pensei na dor de uma paixão não correspondida.
Depois inventei a última linha (Ele me disse bye = foi embora) e ficou faltando a do meio.
Dei um jeito de ligar as duas com a que faltava.
Primeiro imaginei “isso tudo só porque”... mas aí veio uma frase mais forte – “hoje chove só porque”... – e outra melhor ainda (mais sentimento!): "TUDO chove só porque".
Viu só? A gente vai mudando até gostar do conjunto! Você precisa ficar contente com sua obra!

E ATENÇÃO!
Chover é um verbo que não tem sujeito. Por isso mesmo “tudo chove” causa impacto.
É impossível que as coisas chovam! Mas isso exprime a tristeza da situação. Por isso a poesia emociona mais do que dizer apenas: “estou triste porque ele não gosta de mim”.


5. Não saia do ritmo!
O nome do “ritmo”, em poesia, é MÉTRICA.
Resumindo, sem complicar muito, você precisa ver se a leitura fica gostosa ou não.
Os poetas costumam calcular sílabas, ver como elas se juntam nas palavras vizinhas e tal.
Faça o seguinte: sua poesia não “encaixou” direito? Parece que fica uma “ponta” sobrando em alguma parte?
Então troque palavras, inverta a ordem... até seu ouvido ficar satisfeito.
Os poetas de antigamente tinham até que escrever números exatos de sílabas.
Veja o ANTES e DEPOIS a seguir. Compare!

ANTES
PINGA O PINGO INSISTENTE.
PING, PING RITMADO
SÓ PARA AMOLAR A GENTE!

DEPOIS
PINGA O PINGO INSISTENTE.
PING, PING RITMADO
SÓ PRA AMOLAR A GENTE!

Reparou? Um mínimo detalhe fez MUITA diferença na hora de falar.
“Para” tem duas sílabas e “pra” tem uma só. Só isso já muda todo o ritmo. VEJA:

PIN - GAO - PIN - GO - IN - SIS - TEN - TE
SÓ - PRA - A - MO - LAR - A - GEN - TE
MESMO NÚMERO DE SONS!
Treinando os ouvidos
Comece a prestar mais atenção às letras de música que ouve. Veja porque algumas rimas parecem melhores que outras.

Você sabia?
Uma rima feita com palavras do mesmo tipo (mesma classe gramatical), chama-se RIMA POBRE.
Já uma outra feita com palavras de tipos diferentes, chama-se RIMA RICA.

Melhor ainda se você rimar palavras com estruturas totalmente diferentes. Aí o nome é RIMA PRECIOSA (“vê-lo” com “cabelo”, por exemplo). 3. A primeira frase

Você não precisa acertar logo de cara. É justamente a vontade de acertar de primeira que “emperra” o pensamento. Você é livre para escrever e apagar o que quiser, mudar tudo de lugar... Solte o verbo! Não tenha medo...



ÁGUA DOCE, DOCE ÁGUA
Evelyn Heine

De mar é feita a terra,
De água é feita a gente.
Abaixo o desperdício!
Poupar água: coisa urgente!


Clara, doce ou gelada,
Verde, azul ou transparente,
Sem a água não há nada.
Nem floresta, nem semente.



Água doce mata a sede,
Água doce é a que lava.
Cachoeira, rio ou fonte...
Só não pode ser salgada.



Tanto bate até que fura,
Diz ditado popular...
Cuida dela! Você jura?
Vamos economizar!






BORBOLETA!
(Evelyn Heine)
Borboleta
ou
Butterfly
Com B começa.
Um Bê parece
Quando se fecha.
Quando se abre
É um deleite!
Vira enfeite
Em qualquer brecha.

Butterfly se diz assim:
BÃ... TER... FLAI!
Em inglês no meu jardim
Ela voa, vem e vai.


Ai, ai,ai, sua sapeca!
Sobe, desce, tão inquieta
Sacudindo meu olhar
Como se fosse peteca!

 http://repassandoatividades.blogspot.com/2010/04/dicas-para-trabalahar-poesias.html

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