Nem sempre se problematizou a questão da inclusão como nos dias atuais, pelo contrário, esse tema era ignorado e praticamente não existia uma cultura de aceitação das diferenças, fossem elas intelectuais ou físicas.
Pessoas com essas limitações eram consideradas amaldiçoadas ou tratadas como animais selvagens. Esparta, a cidade dos grandes guerreiros gregos, descartava as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência, sendo lançadas de um grande precipício, onde seria impossível alguém sobreviver à queda. Indico, para quem quiser saber mais sobre a cultura espartana, o filme "Os trezentos", do diretor Zack Snyder.
Pessoas com essas limitações eram consideradas amaldiçoadas ou tratadas como animais selvagens. Esparta, a cidade dos grandes guerreiros gregos, descartava as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência, sendo lançadas de um grande precipício, onde seria impossível alguém sobreviver à queda. Indico, para quem quiser saber mais sobre a cultura espartana, o filme "Os trezentos", do diretor Zack Snyder.
A inclusão é um dos grandes desafios educacionais do século XXI, sendo esta fundamental para termos uma sociedade mais justa e tolerante.
Mas, será que a prática efetiva da inclusão consiste apenas em "despejar" os alunos com necessidades especiais nas classes regulares de ensino? Com toda propriedade, como educador, afirmo que não. A inclusão, propriamente dita, vai muito além da mera presença de educandos com limitações físicas e educacionais; passa pelo crivo da aceitação e participação destes no espaço de aprendizagem.
O que indagamos é: será que as escolas brasileiras, sejam públicas ou particulares, praticam a inclusão efetivamente ou apenas integram seus alunos? Para responder a essa pergunta precisamos ter ciência dos significados dos dois termos.
Para a educadora, Maria Teresa Eglér Mantoan, uma das grandes especialistas brasileiras no assunto, inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. Para a autora, a educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. Destina-se para os estudantes com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, os superdotados, para todas as minorias e aquela criança que é discriminada por qualquer outro motivo.
Com relação ao processo de integração escolar, segundo a autora Amelia Hamze, o conceito de integração se referia à necessidade de modificar a pessoa com necessidades educacionais especiais, de maneira que esta pudesse vir a se identificar, com os demais cidadãos, para então poder ser inserida.
No ano de 2008 foi promulgado no Brasil o decreto nº 6.571, que reestrutura a educação especial e obriga escolas a matricular crianças com deficiência em classes comuns do ensino regular. Eu sou a favor da inclusão, sem dúvidas, mas sou contra a integração. Vemos que a maioria das escolas está alheia ao processo de inclusão nas suas salas de aula.
Algumas melhorias, referentes à acessibilidade dos alunos na escola, estão sendo realizadas, mas apenas o acesso não garante, efetivamente, o ato de incluir. É preciso, além de assegurar a estrutura física, assegurar a estrutura pedagógica. Como o professor vai trabalhar com a inclusão se nunca participou de discussões, formações ou cursos relacionados a esse tema? Os professores mais experientes não tiveram formação teórica na Universidade para isso, tampouco aulas de vivências práticas sobre o assunto.
Ainda falta muita coisa para que as escolas brasileiras sejam consideradas inclusivas. Sou a favor da inserção de alunos com necessidades especiais na escola, desde que sejam efetivamente inclusos no programa escolar. Caso contrário, sou a favor de escolas especiais, sim. De que adianta alunos numa sala de aula com 24 colegas? - teoricamente é o que a Lei diz; classe com aluno especial com quantidade máxima de 25 alunos, mas que na sua essência isso dificilmente acontece. O que se vê na verdade, são classes com 30, 35 alunos - apenas integrado, mas não feliz, não recebendo uma educação especializada.
Ivanilson Costa é pedagogo, escreve a convite do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), que colabora às sextas-feiras.
Mas, será que a prática efetiva da inclusão consiste apenas em "despejar" os alunos com necessidades especiais nas classes regulares de ensino? Com toda propriedade, como educador, afirmo que não. A inclusão, propriamente dita, vai muito além da mera presença de educandos com limitações físicas e educacionais; passa pelo crivo da aceitação e participação destes no espaço de aprendizagem.
O que indagamos é: será que as escolas brasileiras, sejam públicas ou particulares, praticam a inclusão efetivamente ou apenas integram seus alunos? Para responder a essa pergunta precisamos ter ciência dos significados dos dois termos.
Para a educadora, Maria Teresa Eglér Mantoan, uma das grandes especialistas brasileiras no assunto, inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. Para a autora, a educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. Destina-se para os estudantes com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, os superdotados, para todas as minorias e aquela criança que é discriminada por qualquer outro motivo.
Com relação ao processo de integração escolar, segundo a autora Amelia Hamze, o conceito de integração se referia à necessidade de modificar a pessoa com necessidades educacionais especiais, de maneira que esta pudesse vir a se identificar, com os demais cidadãos, para então poder ser inserida.
No ano de 2008 foi promulgado no Brasil o decreto nº 6.571, que reestrutura a educação especial e obriga escolas a matricular crianças com deficiência em classes comuns do ensino regular. Eu sou a favor da inclusão, sem dúvidas, mas sou contra a integração. Vemos que a maioria das escolas está alheia ao processo de inclusão nas suas salas de aula.
Algumas melhorias, referentes à acessibilidade dos alunos na escola, estão sendo realizadas, mas apenas o acesso não garante, efetivamente, o ato de incluir. É preciso, além de assegurar a estrutura física, assegurar a estrutura pedagógica. Como o professor vai trabalhar com a inclusão se nunca participou de discussões, formações ou cursos relacionados a esse tema? Os professores mais experientes não tiveram formação teórica na Universidade para isso, tampouco aulas de vivências práticas sobre o assunto.
Ainda falta muita coisa para que as escolas brasileiras sejam consideradas inclusivas. Sou a favor da inserção de alunos com necessidades especiais na escola, desde que sejam efetivamente inclusos no programa escolar. Caso contrário, sou a favor de escolas especiais, sim. De que adianta alunos numa sala de aula com 24 colegas? - teoricamente é o que a Lei diz; classe com aluno especial com quantidade máxima de 25 alunos, mas que na sua essência isso dificilmente acontece. O que se vê na verdade, são classes com 30, 35 alunos - apenas integrado, mas não feliz, não recebendo uma educação especializada.
Ivanilson Costa é pedagogo, escreve a convite do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), que colabora às sextas-feiras.
Diário de Natal
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