A escola, como sendo um lugar de troca de experiências, interações sociais e aprendizado, jamais poderá fazer de conta que nada está acontecendo, ficar alheia à realidade tecnológica pela qual passa o mundo. Perrenoud (2000) diz que a escola não pode ignorar o que se passa no mundo. Infelizmente, como acontece na maioria das vezes, as escolas e os professores são muito indiferentes ao que está acontecendo em sua volta e não acompanham as mudanças de modo significante e satisfatório.
Como faz notar Mantoan (1997) a educação escolar e o professor que a ministra não têm, no geral, um referencial de mundo que se compatibiliza com a realidade circundante e com seus possíveis avanços.
O espaço educacional parece imune, preservado desses avanços, mantendo o velho, pela indiferença às mudanças do meio.
Como faz notar Mantoan (1997) a educação escolar e o professor que a ministra não têm, no geral, um referencial de mundo que se compatibiliza com a realidade circundante e com seus possíveis avanços.
O espaço educacional parece imune, preservado desses avanços, mantendo o velho, pela indiferença às mudanças do meio.
Tomando essas ideias como base, destaca-se o importante papel das instituições escolares, que servem como porta de entrada e lugar central de discussões e anseios sociais. Sem a contribuição desse espaço tão rico e colaborativo, os alunos, com certeza, não teriam uma base sólida para desenvolver seu pensamento histórico e filosófico, ficando privados das realidades que os cercam e de ações humanas evidenciadas.
As novas tecnologias devem ser implementadas através de um projeto no espaço escolar para se obter um resultado proveitoso, que tenha como objetivo o máximo rendimento e economia de tempo no processo de ensino-aprendizagem e, principalmente vise à extinção da monotonia das aulas. No entanto, vale ressaltar que as NTIC jamais deverão ser incluídas no currículo escolar por modismo. Elas devem fazer parte do cotidiano escolar, evidenciando o aprendizado e a autoestima de alunos e professores.
A gestão escolar é muito importante nesse processo de implantação do uso das NTIC na escola, além do auxílio com o provimento dos equipamentos necessários e a responsabilidade pelo treinamento com a parte operacional, é dever da escola oferecer aos seus educadores formações continuadas frequentes na área de tecnologias na educação.
Não se pode admitir que as escolas continuem com metodologias retrógradas e ultrapassadas, é necessário uma “repaginada” no modo de ensinar e no modo de aprender. As mentalidades mudaram, as realidades são outras. Como destaca Couto (2008) não dá para ficar nas eternas lamentações que atribuem culpa aos pais, ao desinteresse dos alunos, à despreparação e má vontade dos alunos que só querem brincadeiras, que são viciados em jogos, nas novelas e em tudo que é superficialidade e que, ainda por cima, só sabem é faltar o respeito aos professores. Tudo isto, segundo Couto, pode ser verdade, mas não se pode continuar na atitude recriminatória sem um esforço para mudar métodos de 30 anos atrás que podiam ser eficazes, mas que já não servem para esta geração que foi moldada pela televisão, pelas consolas e pelos computadores.
A escola, e principalmente os professores, precisam encarar essas novas tecnologias de forma natural, buscando oportunidade de aperfeiçoar-se para a operação dessas novidades tecnológicas. Dificuldades são muitas, mas é necessário um envolvimento por parte dos educadores para que efetivamente haja mudanças.
Mesmo que a escola não ofereça subsídios para a inserção das novas tecnologias, o professor tem o dever, como agente de transformação e formador de opinião, de oferecer para seus educandos conhecimentos e interações com essas tecnologias, tendo em vista que fazem parte do cotidiano de muitos deles. Com relação ao professor, Haetinger (p. 70, 2005) diz que “se continuar não interagindo o ensino com a vida prática dos alunos, está correndo o risco de ficar falando sozinho, na sala de aula ou no universo virtual”. Ainda com relação às tecnologias, Haetinger (2005), complementa que em nosso trabalho de educadores, devemos sempre... oportunizar aos alunos o acesso à informação e à construção de conhecimentos coletivos. Ao oferecermos este tipo de vivência, buscamos a motivação do aluno e o comprometimento do mesmo com a aprendizagem individual e do grupo ao qual ele pertence.
A escola mudou não se concebe mais aquele ensino metódico e puramente mensurável, onde o professor detinha todo o conhecimento. A sociedade, seus padrões e ritmos mudaram, vive-se no século XXI, na Pós-modernidade, onde as máquinas são responsáveis por grande parte do desenvolvimento mundial. Necessita-se, então, que os educadores analisem como as NTIC podem ajudar a favorecer a aprendizagem das crianças. Atualmente, uma discussão pertinente entre os educadores não questiona se “o aluno aprende ou não aprende” ou “o quanto ele aprende”, mas está voltada a questões mais amplas como: “de que modo podemos favorecer a aprendizagem?”, que ações pedagógicas adotaremos para facilitar a construção de conhecimentos? Haetinger (2005).
É fundamental que o educador tenha conhecimentos e domínio das NTIC, pois além de se constituírem uma fonte de informações, são recursos pedagógicos muito ricos, desde que utilizadas de forma adequada pelo professor. Para Kalinke (1999), dominar as novas tecnologias significa estar integrado com as transformações. Há uma série de recursos tecnológicos que estão à disposição do professor. Eles podem auxiliar em muito o seu trabalho administrativo e pedagógico. Existe, contudo, a necessidade de dominá-los de forma adequada para otimizar a sua utilização.
A rapidez com que as informações circulam é enorme, vivemos um momento totalmente distinto dos que viveram os nossos pais e avós. A geração atual é tecnológica e digital, é necessário que o professor do século XXI acompanhe essas mudanças e esteja sempre se atualizando para não correr o risco de ser um professor do passado.
Kalinke (1999) em seu livro “Para não ser um professor do século passado” escreveu que não podemos querer lidar com essa geração da mesma forma que lidaram conosco. As transformações da humanidade exigem uma mudança comportamental, e nós, que somos os formadores das próximas gerações, temos a obrigação de eliminarmos nossas fobias a mudanças e sermos os primeiros a incentivar uma constante descoberta e readequação do homem aos novos tempos.
Apesar de o educador ter a responsabilidade de familiarizar os seus alunos com as novas tecnologias, não poderá realizar sem um suporte, por parte da instituição de ensino. A escola tem o dever de oferecer formação a esses educadores, para posterior utilização e direcionamento para o trabalho pedagógico. No entanto, percebe-se que essas formações ainda são muito raras e, quando existem, poucos professores se dispõem a participar.
É importante frisar que para um trabalho efetivo com o uso das NTIC é preciso que todos os professores trabalhem em conjunto, que possam discutir ideias e deem sugestões de melhorias no uso das novas tecnologias no processo de ensino – aprendizagem. Além do mais, é interessante que haja um trabalho interdisciplinar, onde todos os professores possam colaborar com os outros educadores.
Mercado (1999) defende que os professores são facilitadores deste processo educativo e o trabalho destes não poderá mais ser concebido isoladamente, mas em conjunto com os colegas e a partir de preposições mais amplas que extrapolam os limites de uma disciplina ou sala de aula.
* Ivanilson Costa é escritor (autor do livro: Novas tecnologias: desafios e perspectivas na Educação, 2011), pedagogo, pós graduando em Psicopedagogia, Tecnologias e Educação a Distância, professor em Santa Cruz/RN e membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – SBNEC e blogueiro (www.ivanilson.com).
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