segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

RN se destaca em rendimento

A região Nordeste, que tem as maiores taxas de analfabetismo do Brasil, também é a que tem os menores rendimentos por domicílio e per capita do País. O Rio Grande do Norte destaca-se neste cenário. É o Estado com maior 'rendimento médio mensal dos domicílios  permanentes' do Nordeste. As famílias potiguares, em tese, recebem mais. Enquanto uma família potiguar recebe, em média,  R$1.678 por mês, uma família cearense, por exemplo, recebe cerca de R$1.417. O IBGE não forneceu o rendimento médio de 2000. Para Aldemir Freire, chefe da unidade potiguar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a diversificação da economia potiguar explica o rendimento 'alto'. 

 Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia, Janduir Nóbrega, o alto rendimento do Estado também é resultado da manutenção dos empregos nos últimos anos. "A indústria, principalmente a têxtil, fechou vários postos de trabalho. Mas os  empregos dos setores de Serviços e Comércio se mantiveram", afirma. Segundo Janduir, o final do ano está chegando e ainda há vagas temporárias em aberto por falta de mão de obra. "A aceleração no ritmo de contratações também favorece o rendimento médio do RN", completa. Estima-se que sejam abertas mais de 3 mil vagas temporárias no comércio até dezembro no RN, movimentando ainda mais a economia no estado. 
 Apesar do 'bom desempenho', o RN ainda é marcado pela desigualdade social. Quem mora na cidade ganha mais que o dobro de quem ganha no interior. A concentração de riqueza também é alta. Embora o índice de Gini, que avalia a distribuição de renda, tenha caído de 0,597 para 0,531 nos últimos dez anos no Rio Grande do Norte, o Estado perdeu nove posições, afastando-se de Santa Catarina, estado com melhor distribuição de renda do País. Segundo Aldemir Freire, do IBGE/RN, isso mostra que outros estados avançaram mais e se tornaram menos desiguais que o RN na última década. O Ceará, por exemplo, subiu 10 posições nos últimos dez anos. 
Para Janduir Nóbrega, a educação pode tornar o estado mais igualitário. Segundo ele, quanto maior o percentual de analfabetos, maior a desigualdade social. "Se um estado quiser ser mais igualitário, precisará investir em educação. Ela é a mola propulsora do desenvolvimento". Janduir, porém, alerta. "A transformação pela educação é lenta". 

 Apesar dos avanços, o Brasil continua um país desigual. Os brasileiros mais ricos têm renda 39 vezes maior que os mais pobres, segundo matéria publicada na Folha de São Paulo (com base no censo 2010).

Tribuna do Norte

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